sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Plutão: Planeta ou Asteróide?


Outro suposto planeta do Sistema Solar foi descoberto. Mas até hoje os astrônomos ainda não entraram em concenso sobre a classificação de Plutão. Abaixo, um texto que encontrei na revista eletrônica - Planeta Web - que fala sobre a relação da descoberta dos planetas e a astrologia. E fica a dúvida: Se há mesmo esse outro planeta, como a astrologia vai interpretar ?
......
Astronomia em debate
Imagine que fosse possível viajar em um ônibus espacial até o planeta Plutão e conhecer, pessoalmente, a fronteira do nosso Sistema Solar. Nesse caso, seria necessário preparar-se para passar um bom tempo fora de casa. Afinal, o misterioso planeta situado no limite entre o nosso Sistema Solar e o resto da Via-Láctea está a uma distância média de seis bilhões de quilômetros do Sol, enquanto a nossa aquática Terra azul fica relativamente próxima do astro-rei, no centro dessa aldeia celeste.

Plutão é um astro pequeno. Seu diâmetro – de apenas 2.700 km, segundo alguns autores, ou ainda menor, segundo outros – equivale a cerca de dois terços do diâmetro da lua terrestre. A imaginação permite visualizar um passeio a pé por Plutão. Não seria difícil. Com nosso ônibus espacial estacionado sob a escassa atmosfera do astro, teríamos pouco peso gravitacional. Tudo é mais leve em um planeta pequeno, e não haveria dificuldade em dar passos de sete léguas ou saltos mortais.

Outros problemas são a iluminação e a temperatura ambiente. Seria fácil olhar para o Sol, mas ele estaria tão longe que sentiríamos saudades de casa. Visto de Netuno ou de Plutão, o Sol parece apenas uma estrela brilhante no céu. Em conseqüência, a estação mais quente do ano é absolutamente gelada.

Enquanto escrevo essas linhas, uma viagem como essa é impossível. Na verdade, mais de 70 anos depois da sua descoberta, Plutão é quase desconhecido. Há muito mais perguntas do que respostas sobre ele. Só em 2006 a Nasa talvez possa mandar uma sonda espacial – New Horizons – para observar melhor esse corpo celeste.

O pouco que se sabe, porém, é suficiente para que, a cada ano que passa, Plutão desperte mais polêmica. O pequeno astro ainda é oficialmente considerado o planeta mais afastado do Sol. Mas, à medida que as observações astronômicas avançam, os motivos para tirar de Plutão o título de planeta se multiplicam. Talvez ele deva ser classificado como um objeto celeste menor, um asteróide.

Não só para os astrônomos, mas também para os astrólogos, as conseqüências de uma possível “desclassificação” de Plutão podem ser importantes. A astrologia parte do ponto de vista inicial de que tudo é magnético no universo. Os astros fazem mais do que iluminar o céu à noite. Assim como a nossa lua influencia as colheitas agrícolas e o nível dos oceanos, os astros provocam pequenas marés espirituais invisíveis. Secretamente, eles ensinam à nossa alma o caminho da luz.

Os astrólogos usam conceitos mitológicos para estudar essa relação dinâmica entre a vida cósmica e a vida humana. Eles fazem uma combinação de fatos astronômicos com conteúdos lendários. Os mitos são uma forma de dialogar com a sabedoria acumulada no inconsciente coletivo, porque preservam e dão acesso às imagens arquetípicas e inspiradoras guardadas na memória da humanidade.

Cada povo usa a linguagem dos seus mitos e lendas para atribuir significados morais e espirituais aos planetas que conhece e observa. A antiga astrologia chinesa, por exemplo, tem como base a sua própria mitologia. A milenar astrologia hindu se apóia não só na observação dos astros, mas também nas lendas e mitos da antiga Índia. A astrologia ocidental usa os mitos gregos e romanos. Todas elas traçam mapas aproximados da paisagem da alma humana. E cada uma delas mantém um diálogo dinâmico com o conhecimento astronômico do seu povo.

Nos séculos recentes, a astronomia tem estado afastada da astrologia. Foi aparentemente por acaso que astrônomos céticos deram aos planetas descobertos nos últimos 200 anos nomes que se encaixam perfeitamente no processo astrológico. Assim, na mitologia romana, Urano é o deus do céu. Netuno governa o oceano. Plutão administra a morte, o renascimento, o inferno, o mundo subterrâneo e a fertilidade.

Astronomicamente, os três planetas que têm esses nomes são próximos e semelhantes entre si. No plano espiritual e astrológico, eles trabalham por uma meta comum. Urano eleva, Netuno une e Plutão transmuta as energias da alma. Seu objetivo conjunto é libertar a vida humana da ignorância.

Os três astros foram descobertos em momentos marcantes da história. Foi como se a alma desses planetas aproveitasse o momento da descoberta para marcar sua presença na vida humana e trazer lições práticas sobre o caminho da luz.
A descoberta de Urano, regente do signo de Aquário, deu-se em 1781, poucos anos após a revolução da Independência norte-americana (1776), com sua defesa dos direitos da cidadania. Era a época do iluminismo e da liberdade de pensamento. Em seguida houve a Revolução Francesa (1789), com o lema “liberdade, igualdade, fraternidade”. Esses são, exatamente, os temas centrais do signo zodiacal de Aquário, presidido pelo planeta Urano.

Netuno, por sua vez, é o regente de Peixes. Ele ensina à alma humana a unidade de todos os seres. A descoberta de Netuno ocorreu em 1846 e, dois anos depois, foi lançado o Manifesto Comunista. Era o início do socialismo romântico e radical que pretendia eliminar as classes sociais e as fronteiras nacionais. Enquanto isso, na literatura e nas artes, o romantismo chegava ao auge. O escritor francês Victor Hugo, nascido sob o signo de Peixes, estava entre os que promoviam a revolução romântica, colocando a felicidade de cada ser – inclusive os mais humildes – acima de qualquer obediência a estruturas de poder. Veio então a abolição da escravatura; consolidaram-se as democra-cias. As transformações expressavam o espírito revolucionário de Netuno, que ensina às almas a lei da solidariedade universal.

Plutão é o regente de Escorpião. Esse é o planeta do subconsciente, da morte e da transcendência. Mas, como deus do inferno, Plutão não é maldoso. Ele é um salvador e corresponde ao deus hindu Shiva, que destrói o que já não serve e provoca assim a regeneração da vida. Ele desce ao inferno do sofrimento para resgatar a vida que está presa lá. A sabedoria clássica não reconhecia a existência de nenhuma inteligência cósmica maldosa.
De modo muito coerente, a descoberta de Plutão coincide com o surgimento da psicanálise de Sigmund Freud, que trouxe revelações radicais sobre a força dos instintos e sobre a função do inconsciente na evolução da alma.

O surgimento desse astro na imaginação humana consciente também foi simultâneo com a explosão das guerras que ameaçaram destruir a humanidade no século 20. Foi em 1914 – ano em que começou a Primeira Guerra Mundial – que o astrônomo Percival Lowell anunciou a inevitável existência de um planeta além das órbitas de Netuno e Urano, até aquele momento os mais distantes do Sol.

Por Carlos Cardoso Aveline

Nenhum comentário: