quinta-feira, agosto 31, 2006

quem é você dentro de mim


quem é você dentro de mim
que não teme a opinião alheia
que se alimenta de dinamite
que explodindo não incendeia
quem é você por trás dos meus atos
que quando concordo suspeita
que quando aceito discorda
que quando adormeço não deita
quem é você escondida em meu corpo
que arranca as folhas da agenda
que vive fazendo a minha mala
que não reconhece a minha letra
quem é você invisível no espelho
que sempre me despenteia

.................. Martha Medeiros ...................

quarta-feira, agosto 30, 2006

Cães amarelos das réstias de sol

O dia me recebe com os cães amarelos das réstias de sol lambendo meus pés sobre a cama e eu me escondo da brutalidade da rua entre os lençóis mornos que recendem a sono. Em mim há um desassossegar de galhos, na vida que apronta o estirar de asas mas teme a altura em ameaça de vertigem.

:: Ticcia ::

terça-feira, agosto 29, 2006

Ponteiros

Se os ponteiros do meu relógio
acompanhassem os horários da fábrica do tempo
Talvez completasse as frases
Talvez encontrasse o rumo
Talvez não me enchesse de idéias
Talvez entendesse o intervalo
Talvez não perdesse a fala
Simplesmente eu adiantaria o passo
pulando os exatos momentos do atraso.

..............................renatamar..................................

domingo, agosto 27, 2006

Sou uma moça polida


sou uma moça polida / levando uma vida lascada / cada instante / pinta um grilo / por cima da minha sacada /

.....................Alice Ruiz......................

sábado, agosto 26, 2006

Cavaleiro andante


O que quer teu olhar?
Assim tão distante buscando algo além do horizonte
derramando a imensidão da sua alma
sobre o mar


O que quer me contar?

Com palavras medidas pelo calor das circunstancias
e
frases ecoadas dentro do vazio das palavras.

O que mais pode me dizer?

Se fora de nós existe outro mundo

e esse mundo parece pequeno demais para sua dor.
Solipso!


Seus olhos cada vez mais dispersos

reconhece o que ninguém vê:
fazes músicas com as notas da liberdade
enquanto
cavalgas
por entre vales e montanhas
do mundo imaginário.

.........................................renatamar...................................

quinta-feira, agosto 24, 2006

quarta-feira, agosto 23, 2006

Poemúsica

Penso, procuro, escrevo coisas
A todo momento encontro inspiração
O ritmo das coisas
O som das coisas
A batida das coisas
O exato momento das coisas.
Expectativas e o cheiro de mar (no ar!)
... Pronuncia dos "Ás"
palavras abertas, soltas a vagar.
São as coisas! As benditas coisas...

........................renatamar...........................

terça-feira, agosto 22, 2006

Trechos de um livro

- (...) quem manda mais a fome ou o sonho?

Fiquei pensativo deixando o silêncio criar minha palavras, ela continuou.


(...) O horizonte quase invisível borrando prédios e torres, aqueles imensos arranha-céus brigando pelo melhor espaço, o ponto mais alto, suas cores quase apagadas, iniciava um festival de caixas decoradas (...)

(...) A vontade de invadir minha boca em busca da língua, era o que me dizia escondida, assustei com seu desejo 'lingual' mas foi divertido escutar aquela paranóia tarada por jovens (...)

Um caminhar fabricado no mundo dos bons modos (...)


>>>> Acima alguns trechos do livro 'Lugar Comum'* que estou folheando há uns dias. Confesso que estou a voltas de um dos livros mais Inteligente que já li feito por alguém tão jovem. (Caio tinha só 20 anos quando escreveu 'Lugar Comum' mas o livro só foi publicado alguns anos depois.. e somente este ano caiu em minhas mãos.. até aí já se passaram pelo menos uns seis anos e novas publicações - hehe)

Cheio de questionamentos e análises a trama psicológica do livro é conduzida por um personagem central o 'sr.sou-inútil' . Marcado pelo humor irônico e debochado do autor a narrativa tem sacadas geniais que nos fazem refletir sobre os estranheza e superficialidade das relações humanas na modernidade - ás vezes surreal!

*Caio Costa

segunda-feira, agosto 21, 2006

Um dia

Som celestial. Música Nobre.
Uma noite adormecida
pelo silêncio de minhas lágrimas.
Um quarto calado
guarda o mapa dos sentimentos.
Um corpo recolhido sob o teto
chão frio sob os pés, uma ar quente pela cabeça.

..................renatamar.........................

sexta-feira, agosto 18, 2006

Um filme, uma música, uma história

Um momento de descontração na gravação do filme Jesuíno Brilhante , rodado no interior do Estado no ano de 1972.

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Jesuíno

Riograndino comedor de camarão
Minha nação é a tribo potiguar
Maçaranduba, quixaba
Manipoeira, estrada

Lamparina, “chucai véi”
Lazarina, caçuá

Do folclore vim do livro de Cascudo
Meu violão não é mudo
anto madrigal

Deus do mar

Abraça meu torrão natal


Tonheca sopra no vento a canção

Djalma estrela nova a guiar
Sou pirilampo, passista, araruna

Mestre Lucarino e seu cantar

Assis Marinho uma ceia noutro plano

Zila Mamede nos braços do oceano

Sou João Gualberto

Sou potiguarino

Sou quem mata a fome

Eu sou Jesuíno
Eu não tenho nada
Só sei cantar
Na canção da estrada desanuviar


::: Zé Fontes/Tertuliano AIres :::

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Para Câmara Cascudo, Jesuíno "foi o cangaceiro gentil-homem, o bandoleiro romântico, espécie matuta de Robin Hood, adorado pela população pobre, defensor dos fracos, dos velhos oprimidos, das moças ultrajadas, das crianças agredidas (...) Baixo, espadaúdo, ruivo, de olhos azuis, meio fanhoso, ficava tartamudo quando zangado. Homem claro, desempenado, cavaleiro maravilhoso, atirador incomparável de pistola e clavinote, jogava bem a faca e sua força física garantia-lhe sucesso na hora do "corpo a corpo". Era ainda bom nadador, vaqueiro afamado, derrubador e laçador de gado.
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O Cangaço foi um fenômeno ocorrido no nordeste brasileiro de meados do século XIX ao início do século XX. Os cangaceiros eram grupos de bandidos que viviam do crime: assaltavam fazendas, seqüestravam coronéis (grandes fazendeiros) e saqueavam comboios e armazéns. Não tinham moradia fixa: viviam perambulando pelo sertão, praticando tais crimes, fugindo e se escondendo.

Os cangaceiros conheciam a caatinga e o território nordestino como ninguém, e por isso, era tão difícil serem capturados pelas autoridades. Estavam sempre preparados para enfrentar todo o tipo de situação. Conheciam as plantas medicinais, as fontes de água, locais com alimento, rotas de fuga e lugares de difícil acesso.

O primeiro bando de cangaceiros que se tem conhecimento foi o de Jesuíno Alves de Melo Calado, "Jesuíno Brilhante", que agiu po volta de 1870. E o último foi de "Corisco" (Christino Gomes da Silva Cleto), que morreu em 1940. Mas o cangaceiro mais famoso foi com certeza, Virgulino Ferreira da Silva, o "Lampião", que atuou durante as décadas de 20 e 30 em praticamente todos os estados do Nordeste brasileiro.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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quinta-feira, agosto 17, 2006

Caia no meu Cais


navegando..

naves,
negando!
Nada!
Também tenho navio
Também viajo sob esse céu
que às vezes cai
E nada dum cais..
cale-se
saia
e caia
no meu..
cais!

:: Ney Hugo ::

quarta-feira, agosto 16, 2006

Quero Banhar-me de ti


Quero banhar-me de ti
Inundar-me de tua presença
Ter minhas lacunas preenchidas
pela tua fluidez
Quero banhar-me de ti

Quero banhar-me de ti
Estar pleno de tua existência
Ter superfície e profundezas
impregnadas de tua
companhia
Quero banhar-me de ti

Quero banhar-me de ti
Sentir o peso do som do teu estar
Molhar-me com suas idéias
inesperadas
Quero banhar-me de ti

Quero banhar-me de ti
Despoluir-me pela força de tuas
palavras
Transformar-me pela conjugação
de nossas mentes
Quero banhar-me de ti

Quero banhar-me de ti
Saber que depois do que é vindo,
virá ainda mais
E, depois deste banho pleno e
profundo, ainda
Quero banhar-me de ti

::: Daniel Piva :::

segunda-feira, agosto 14, 2006

Casulo


Porque eu estou com vontade de jogar tudo pro alto. Porque não me sinto segura pra isso. Porque meu corpo doí. Porque choro muito quando preciso decidir alguma coisa. Porque sei que preciso mudar. Porque ando muito zangada. Porque estou precisando de afago. Porque vejo um vazio entre nós. Porque passo direto no espelho. Porque traçamos planos paralelos. Porque não consigo separar as coisas. Porque preciso de suas palavras de apoio. Porque chegou o momento. Porque quero parar de fumar. Porque desejo apontar estrelas e contar histórias e sonhar. Porque gosto de ver a lua da janela. Porque gosto de conversar na cama. Porque gosto do dia. Porque quero está perto de pessoas distantes. Porque eu quero mais cor para esses muros de concreto. Porque as vezes gosto de ficar sozinha. Porque agora quero sair do casulo, bater asas e voar sem medos.

..................................renatamar.....................

sexta-feira, agosto 11, 2006

Quisera.. quem dera...

As vezes te confundo
com alguns rostos nas ruas
mas só te encontro
nas fotos que tiras dos lugares que não vi..
Quisera não sentir saudade
Quisera não lembrar seus olhos
Quisera esquecer no que me transformei depois de ti.

............................renatamar........................

quinta-feira, agosto 10, 2006

quarta-feira, agosto 09, 2006

E Se eu Me?

Me deixe só.

Me solte. Me largue. Me jogue.

Me use. Me apanhe. Me enlace.

Me passe. Repasse. Me ache.


Me encaixe.


Se ame.Se tenha. Se detenha.

Me emprenha.

Se deite.Se queixe. Me beije.


Volte. Revolte.


Me induza.Me conduza.Me lambuza.

Se toque. Me olhe. Me escolhe.


.................renatamar......

terça-feira, agosto 08, 2006

Oração ao Santo Blog

Blog nosso que estais no ar.
Muito visitado seja esse site.
Venha a nós novos visitantes.
Esteja no ar o editor do blog.
Assim de manhã como de noite.
A criatividade de cada dia nos dai hoje.
Perdoai a nossa preguiça.
Assim quando nós copiamos a quem nos têm copiado.
E não nos deixei desanimar de ser blogueiro.
Mas livrai-nos dos vírus.
Comente.

segunda-feira, agosto 07, 2006

Foz

Sou feita de ritos
passagens
Preenchida de momentos
- exatos contrastes -
Concebida no rio
Banhada nos mares ..

:::::::::: renatamar :::::::::::::::

quinta-feira, agosto 03, 2006

Distantes na mesma cidade


Mas eu esperava. Eu sabia que nós somos aquilo que tem de acontecer.
Clarisse Lispector, no conto A legião Estrangeira

E assim aconteceu
o que não era pra ser...
inspirou versos
insinuou traços
mas não criou formas.
Alheios -
optaram por fingir.
Naturalmente -
se desencontraram.
Ao acaso -
palavras soltas.
..não mais desejos..
..não mais vontades ..
Silêncio nas teclas
e
um ruído inquieta o coração
..faz falta..
..faz tempo..
O trem passa,
para
e você não desce.
Aumentou a distância
perderam-se as lembranças
de uma coisa que aconteceu
mas que não era pra ser ...

............renatamar.........

quarta-feira, agosto 02, 2006

Serenidade.Coragem.Sabedoria

"Peço a Deus que me dê serenidade para aceitar coisas que não posso mudar, coragem para mudar o que posso e sabedoria para saber a diferença."

terça-feira, agosto 01, 2006

E eles se amavam mesmo que não desconfiassem disso

Eles se amavam mesmo que não desconfiassem disso. Olhares e abraços é a forma discreta de demonstrar esse amor guardado.

Ele a paixão de uma amiga. Ela a amiga da colega. Sentimentos distintos que confundem a cabeça. A sintonia já rolava desde algum tempo. Um dia voltado de uma festa, um copo de água e uma massagem no pé. Versos soltos. Fala arrastada. Cada um no seu canto. Cada qual no seu quintal de emoções.

Depois, encontros ocasionais. Esquinas. Semáforos. Caronas. Lotação. Festas. Praia .. até que eles se encararam! Um dia comum. Comum porque o encontro seria natural, e embora fossem passar todo o tempo se curtindo a distância como sempre faziam - não esperavam passar disso. Sabiam por que pensavam que sabiam!!

Embora tentassem disfarçar, os estranhos percebiam, que eles dois se escondiam, guardavam as intenções em meios sorrisos, olhares compridos, esbarrões eletrificantes .. parecia obvio para os outros o que para eles eram indefinível.
Enquanto a música eletrônica rolava, a tarde caia e a lua crescia .. eles se aproximaram .. cada vez mais perto .. para acender o cigarro, encher o copo, trocar os copos, tocar os dedos, segurar no braço, pegar nos cabelos.. roubar um beijo!

Depois que os lábios se encontraram, não houve mais como resistir. As mãos buscaram o passeio pelo corpo. O cheiro do outro esquentava o ar que entrava pelo poros e a vontade era estar cada vez mais perto, envolvidos.
Silenciosos como se palavra fosse quebra a magia do momento saíram de mãos dadas em direção a praia. Enquanto todos caíram no mar dançando .. eles se afastaram .. e na parte mais calma da baia se despiram de medos, disfarces e roupas ..

:::::::::: renatamar :::::::::::::::