sexta-feira, março 30, 2007
Gostaria mesmo que você me visse e assistisse minha vida sem eu saber.
- tu sempre usa palavras gostosas, sabia?
- como delícia? palavras de sabores?
- é...
- e vc sempre usa palavras táteis: passos lentos, lábios, superfície. parece que consigo toca-las, pega-las e senti-las.
......................................................................................................................
Ela:
eu as vezes eu tenho a impressão que as coisas são como eu escrevo mesmo sem parecer.
Ele:
gosto de pegar um dia e sair pela cidade.. ir no centro... de onibus e pego caminhos longe pra ter muito pra andar... e vou ouvindo música e pensando...
.......................................................................................
eu, esperando receber um novo nome dele.
quinta-feira, março 29, 2007
segunda-feira, março 26, 2007
Clave de Sol
Faz música pra mim e coloca em envelopes fechados por língua morna. Faz versos nas costas da lua. Dedilha nossos desafinos. Na areia da praia anoitecida, deita minha ausência e colhe os ruídos. Oferece na concha das mãos. Segredos. Canta baixinho e grita desespero para abafar o silêncio das pausas. Desatina mariposa, asas de procura nos meus olhos acesos. Desenha em ponta de agulha sobre a pele e assina o nome por baixo. Criptografia. Espera. Até ouvir meu riso com gosto de maçã a provocar cócegas na saudade. Ele faz música e promessas bordadas em gaze. Eu sangro.
:: ane aguirre ::
sexta-feira, março 23, 2007
Flor do Mandacaru
Do encontro na escada
a surpresa no canto do poema
(uni)ão dos (versos)
que ligam dois mundos.
Vejo a flor que desabrocha
anunciando chuva
- água lágrima, água límpida-
e a leve lembrança num tempo atrás
resgatada pelas palavras ditas
no canto do papel, ao lado do poema:
Que essa chuva caia para lavar a alma,
fertilizar a terra e cultivar sua criação.
Que cresçam flores e frutos
no nosso jardim sertanejo!
.....renatamar.....
a surpresa no canto do poema
(uni)ão dos (versos)
que ligam dois mundos.
Vejo a flor que desabrocha
anunciando chuva
- água lágrima, água límpida-
e a leve lembrança num tempo atrás
resgatada pelas palavras ditas
no canto do papel, ao lado do poema:
Que essa chuva caia para lavar a alma,
fertilizar a terra e cultivar sua criação.
Que cresçam flores e frutos
no nosso jardim sertanejo!
.....renatamar.....
quarta-feira, março 21, 2007
Eles sabem que possuem asas
... muito tempo para caminhar a passos lentos por tua pele... muito tempo para desejar cada poro descoberto... respirar o ar que teu corpo toca... provar o gosto de teus suspiros... confessar aquilo que teus lábios já sabem... percorrer tua superfície da forma mais profunda e, enfim, sussurar em teu corpo palavras que são nossas...
:: Orestes Lerna ::
"meus olhos te estendem os braços" e "teus olhos me devoram as fatias"
terça-feira, março 20, 2007
segunda-feira, março 19, 2007
A ponto de explodir
sou estrela
sou forte
sou rocas
sou reis
sou meio
sou ribeira
sou beco
sou mito
sou verdade
sou a bola "da vez"
do norte o rio grande
rio grande sem limite
apesar do elefante sem memória
sou pólvora
sou atrito
sou explosão
sou dinamite.
Sou a tal
fatal
natal
sou a Natal dos Artistas
sou a morte do limite da geração
sou dinamite
:: Sivone Medeiros ::
sexta-feira, março 16, 2007
Solta como o vento
As mãos sempre se confudem dentro do lugar que não é mais meu. Palavras. Textos. Ações . Mangas levantadas, pensamento só no trabalho e conversas fora de próposito. Me sinto estranhamente só, ligeiramente vazia e completamente diferente.
..... renatamar ....
quinta-feira, março 15, 2007
Não há mais mentiras nem verdades, aqui só há música urbana.
Condicionada a fazer rabiscos no papel, códigos sobre a tela e conversas interurbanas.
... renatamar ...
quarta-feira, março 14, 2007
Loucos, a ponto de quererem juntas a liberdade e felicidade
Pisou no molhado duas vezes antes de ter certeza que ainda não estava sonhando. Depois olhou ao redor do quarto para saber que não dormira em algum bote salva-vidas, destes que os navios levam pendurados a bombordo e estibordo, e que parecem uma ninhada mamando nas tetas da ratazana.
Nas pontas dos pés, foi até o banheiro, ver se não deixara a água da banheira ligada na noite anterior. Mas não lembrava sequer de ter tomado banho antes de dormir, estava muito bêbado naquela noite. Nada vazava.
Já imaginava o pior quando chegou na sala. Tudo alagado, só conseguia olhar para o chão. O tapete já não via mais. A água cobria-lhe metade da perna. Como podia, dentro de um apartamento, tanta água? Abaixou-se quando sentiu um cheiro de maresia. Tocou o dedo. Era salgada...
Desesperado virou a cara e viu. No meio da sala, bem embaixo da lâmpada que pendia de um fio amarelo e outro preto, com o braço apoiado no sofá e outro dentro da água, sustentando o corpo, cuja metade se escondia, submerso na água. Ficou espantado, não pelo inusitado da cena, mas porque aquela mulher deitada no meio de um monte de água salgada que inundava seu apartamentoera a mais linda que já vira. Deve ter ficado parado, olhando para ela por uns dois minutos.
Só tirou os olhos dela quando a água lhe deu um tapa na cara, como para acordá-lo do transe. Havia sido ela, que com um rabo de quase um metro de comprimento, atirou contra ele um jorro de água na cara. Com o braço ainda encostado no sofá, a mulher riu. Levantando ainda mais alto a cauda, que ele viu, espantado, como voltava a bater na água e molhá-lo.
Dessa a vez a água não incomodou tanto quanto da primeira, até porque ele também já ria. E não tinha como não rir.Ria da beleza dela, sua cauda escamada e vermelha, seus cabelos negros, seus olhos azuis; com o sorriso mais lindo do mundo. No mesmo instante ela virou-se e nadou, saindo pela janela, que nessa hora já parecia uma cachoeira em alto mar.
Ele ficou parado, sentado no chão, e apesar de ser impossível que se afogasse, respirava com força, buscando o ar que ela levou quando decidiu fugir. Naquela noite dormiu deitado no sofá.
No dia seguinte acordou, olhou o caos da casa já seca e sentiu o cheiro de coisa velha e suja molhada. Levantou e foi tomar banho, precisava trabalhar. Decidiu deixar a torneira da banheira aberta e flores no sofá. Para o caso dela voltar.
:: Marcel Achilles ::
... um presente dessas conversas que rendem a madrugada.
sexta-feira, março 09, 2007
4 faces
quarta-feira, março 07, 2007
Galos, noites e quintais
(...)
estou nos ares
nos quadros e telas
nas cores da casa
no colar caído no chão.
estou no beijo não dado
entre pernas cobertas
a cima de falsos esquemas
e grandes problemas.
estou fora do esquadro do sistema
livre sob a mesa
e distante de causas pequenas.
estou a anos-luz seguintes
- na poeira da galáxia silvestre.
estou na imaginação de duendes
entre esferas e órbitas celestes
na medida de escalas interplanetárias.
estou quando faço
pinto e traço
recito, 'prendo e passo' .
estou no centro da estrela
escorregando na calda de um cometa
ao encontro de um meteoro já em explosão.
.......... renatamar.............
estou nos ares
nos quadros e telas
nas cores da casa
no colar caído no chão.
estou no beijo não dado
entre pernas cobertas
a cima de falsos esquemas
e grandes problemas.
estou fora do esquadro do sistema
livre sob a mesa
e distante de causas pequenas.
estou a anos-luz seguintes
- na poeira da galáxia silvestre.
estou na imaginação de duendes
entre esferas e órbitas celestes
na medida de escalas interplanetárias.
estou quando faço
pinto e traço
recito, 'prendo e passo' .
estou no centro da estrela
escorregando na calda de um cometa
ao encontro de um meteoro já em explosão.
.......... renatamar.............
... eu, lembrando um gosto doce-ácido na boca.
terça-feira, março 06, 2007
A tua voz os teus olhos as tuas mãos os teus lábios
Dois desconhecidos e um pequeno instante... Um cigarro... Uma auto-mordida repressora... Talvez desejo... Talvez... E talvez apenas talvez... Ou seja, nunca... E que tudo que poderia haver seja apenas imaginação... Fantasia... Sem mentiras... Sem confissões também... Luxúria subentendida... Um toque... Um “até logo”... Duas palavras simples, a primeira mentira... Só “me leve a um lugar bom”...
.... Orestes Lerna ....
(...)porque estamos na mesma frequência mas talvez-nunca aconteça (...)
(...)porque estamos na mesma frequência mas talvez-nunca aconteça (...)
domingo, março 04, 2007
"A vida merece algo além do aumento da sua velocidade." (Gandhi)
Essa sede pelo último trago :
é a ansiedade da incerteza das certezas da vida,
é o medo que não bate na porta
e consome a segurança do concreto.
Assim estou em volta da complexidade das coisas.
Onde o acaso existe e faz parte do jogo da existência.
Então, mato- me aos poucos por não encontrar a Razão
e sentindo-me vazia,
me preencho com a fumaça
- de alguma coisa que já deixou de existir.
::: renatamar :::
é a ansiedade da incerteza das certezas da vida,
é o medo que não bate na porta
e consome a segurança do concreto.
Assim estou em volta da complexidade das coisas.
Onde o acaso existe e faz parte do jogo da existência.
Então, mato- me aos poucos por não encontrar a Razão
e sentindo-me vazia,
me preencho com a fumaça
- de alguma coisa que já deixou de existir.
::: renatamar :::
quinta-feira, março 01, 2007
Em alto e bom som
O grito Silva
eu queria espalhado
nas artérias da cultura.
Gustavo Bernado
eu queria espalhado
nas artérias da cultura.
Gustavo Bernado
:: dia de chuvas passageiras e achado entre os livros soltos do Sebo do Setor II
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