terça-feira, outubro 31, 2006

Pra alguém sem rosto

Queria que vc entendesse as entrelinhas do meu olhar.
Os espaços vazios das minhas palavras.
As letras soltas das conversas escritas
e todas as vogais e consoantes pronunciadas.

Queria que vc entendesse o meio sorriso
as conversas fora de hora
a insistência de te procurar na festa
só pra te pedir esqueiro
para acender o meu cigarro.

Queria que vc me encontrasse,
dividisse uma conversa, ou uma cerveja,
e nos beijassemos a noite inteira.

............renatamar.....................

sexta-feira, outubro 27, 2006

quinta-feira, outubro 26, 2006

Nome

algo é o nome do homem
coisa é o nome do homem
homem é o nome do cara
isso é o nome da coisa
cara é o nome do rosto
fome é o nome do moço
homem é o nome do troço
osso é o nome do fóssil
corpo é o nome do morto
homem é o nome do outro

.................arnaldo antunes..............

terça-feira, outubro 24, 2006

Ambiente pós-moderno

Cubos no espaço.

Estrelas na estrada.

Flores no asfalto.

Plástico no caminho.

Janelas nas tardes.

...renatamar...

quinta-feira, outubro 19, 2006

Dicotomia

Tem dias que meus versos
Não querem sair
Como se uma parte de mim
Não quisesse ouvir minha voz
São dias longos , silenciosos
Que metade de mim
é cúmplice do outro lado.


................renatamar...............

domingo, outubro 15, 2006

Versos escritos n’água

Os poucos versos que aí vão,
Em lugar de outros é que os ponho.
Tu que me lês, deixo ao teu sonho
Imaginar como serão.

(Dorival Caymmi)

domingo, outubro 08, 2006

Por mim

Não viverei entre cacos de vidro, entre navalhas, entre pontas de lança envenenadas de culpa. O que me pertence nasce e morre comigo, foi inventado em meus olhos e dorme sob mechas dos meus cabelos, se nutre do meu ventre. Não viverei entre víboras, entre escorpiões, entre ratos de lembrança. Não viverei aqui, à míngua, não tenho âncora, tenho asa. Não viverei entre lixo, entre restos, entre escombros do teu passado. O que sinto é profundo mas não traz em si a covardia de uma raiz fincada, sou móvel, líquida, fluida e instável, porque viva. Não viverei entre galhos, entre espinhos, entre as folhas mortas do que descartaste. Não tenho freios, tenho partidas. Não tenho sossego, tenho ardor. Não viverei entre areia, entre pedras, entre abismos de promessas que se foram. Meus trilhos se trifurcam, quadrifurcam... e eu sigo por todos eles. Não viverei entre miséria, água pouca, migalhas de desejo. Minha mesa é farta e eu mesma me darei de comer.

... ... patrícia antoniete ... ...

segunda-feira, outubro 02, 2006

Pra marcar na agenda

Foto: Dastaev Gomes


Nesta quarta-feira, as 21 hs, a banda potiguar PANGAIO apresenta o show Teísmo no Projeto Quarta Musical na Casa da Ribeira.

No palco a arte como um elemento de expressão sem barreiras de linguagens. Pangaio é a sintetização de poesia, experimentos músicais e gestos. Com uma proposta provocativa a banda levanta questionamentos sociais e existenciais da sociedade contemporânea criando uma música tocante e expressiva. Teísmo é um show pra ver e ouvir. Fica a dica, vale conferir!

Pangaio é: Jorge Negão (Experimentos percussivos), Allan Cedrak (Vocal e Performance cênica), Gabi Barbalho e Clara Pinheiro (back vocal e Performance), Pablo Jorge (bateria, Flauta), Vitor Girafa (contra-baixo) e Douglas (Teclados).